terça-feira, 9 de setembro de 2014

Quanto vale um abraço?

Inicialmente, antes de relatar o caso vivenciado, gostaria de fazer duas breves considerações:

Primeiro, agradecer minha colega e sócia de escritório na qual tenho a honra de dividir todos os dias novas experiência profissionais.
Segundo, agradecer pelo convite de fazer parte deste blog.

Pois bem, apesar de poucas experiências na árdua carreira de advogado, posso dizer que já vivenciei algumas tantas engraçadas, outras tantas tristes e outras tantas de encher os olhos de lágrimas. Resolvi começar por esta última.

O caso versa sobre direito de família, onde o conflito gira em torno da guarda das crianças. 

No presente caso, o cliente busca a guarda dos seus dois filhos para si, tendo em vista que sempre deu a eles carinho, amor e afeto, além de conviver com ambos por mais de 5 anos. Eu, particularmente, me rendo à dedicação, atenção e ternura desse pai para com seus filhos. Trata-se de um homem debilitado, devido excessivas intervenções cirúrgicas, entretanto, nada parece tirar o sorriso de seu rosto, ainda mais quando envolve suas crianças. Bom, ingressamos com a ação de guarda requerendo em sede de tutela antecipada a guarda provisória, bem como, suspensão das visitas da mãe devidos inúmeros ocorridos, inconvenientes de se relatar.


Distribuímos o processo e aguardamos o despacho da liminar. Através do site do TJ/RS soubemos que o juiz havia despachado. Assim, marquei com o cliente de irmos até o fórum para tomarmos conhecimento do despacho. Chegando ao fórum lá estava o pai e seus dois filhos (como sempre, alegres) Pedi vistas do processo e dei uma breve lida no despacho. Tudo ocorreu como o esperado, o juiz deferiu a guarda provisória e limitou as vistas da mãe. Devolvi o processo e fui dar a notícia ao Pai e orienta-lo como proceder dali em diante. Comecei a explicar o que havia acontecido e fui interrompido pelo menino: - Tio, quer dizer que vamos ficar com nosso Pai? Não vamos mais precisar ir à casa da nossa mãe? Eu, surpreso, respondi: Sim, por enquanto vocês vão permanecer com o pai de vocês e a mamãe vem visitar vocês em casa. Aí veio o inesperado, as duas crianças se olharam, se ABRAÇARAM e gritaram: Ebaaaa, vamos ficar com o pai!! Meus colegas, confesso pra vocês que tive que me conter, no saguão havia uma funcionária do fórum, percebi que ela, assim como eu, também se comoveu com a cena. Sem sombras de dúvidas, aquela cena ficou e vai ficar marcada na minha memória e, tenham certeza que ver aquelas crianças se abraçando, NÃO TEM PREÇO.